30/11

No trânsito matinal, diante de uma Brasília carregada de ovos de galinha, você só consegue imaginar o desfecho acidental.

Os olhares forçados, as poses acrobáticas, ginecológicas e escancaradas – tudo isso parece mais e mais engraçado com o passar dos anos, algo um tanto ridículo para uma suposta expressão da sensualidade.

Vou e continuo com as roupas comuns e o comportamento cotidiano. Há coisa melhor do que a mulher, só ela, natural? É por isso que uma calçada pode ser a definição maior do rico ambiente para o bom observador.

29/11

Ao final do ano, a queda acidental em um retrospecto pode ser aproveitada, optando-se pela avaliação dos pontos-chave onde a desatenção, a incompetência e a insegurança comprometeram a estabilidade pessoal. A devida medida vem sendo a melhor das descobertas. Não importa o mundo, os outros, se você sabe.

É difícil passar pelo Humaitá e ignorar a demolição do Ballroom, ainda que eu não fosse assíduo. É sintomático para uma cidade que já lamenta suas poucas opções de palcos, de pistas, de shows para pequeno e médio porte – a produção “independente”, enfim.

Enquanto isso, academias, lojas de suco, rodízios, clínicas e farmácias não cessam.

28/11

Soam impressionantes os ruidosos, rotineiros e inesgotáveis “tabus” elencados pela imprensa esportiva, a título de provocação: “não vence em tal lugar, em tal cidade, com a tal camisa, desde tal ano…”. A estatística de porre.

Parece a história do “recorde de cuspe de gafanhotos entre 4 e 5 gramas”, outro dia no programa do livro Guinness. Não faltam marcas para quem desejar.

27/11

O sujeito passa o dia ouvindo o jingle do filme corrente. Quando muito, o do outro trabalho.

É o caso de um iPod com duas músicas.

E a placa do caminhão era de Maravilha, Santa Catarina.

Levo fé.

26/11

– Você sabe fazer som de peido com o suvaco?
– Sabe, eu já me senti mais desafiado.

Diante do baleiro no ônibus, um conhecido resolve comprar pela primeira vez. Dali há pouco:

– Atenção, pessoal, é um assalto. Quem comprou a balinha, tá liberado!

Estratégia ou não, deve aumentar o consumo.

25/11

Cid Moreira no urologista: o toque de dez segundos.

E no sonho eu desabafava para a minha mãe, com absoluta precisão, tudo o que era necessário.

Valeu o ensaio.

24/11

Ninguém perde a esperança de uma cama no escritório.

Ps.: Sim, é uma folha de papelão.

A maratona de finalização e entrega da vinheta do Festival Curta Cinema reserva uma peculiaridade para a edição 2005: é necessário romper o engarrafamento causado no laboratório pelas centenas de cópias de Harry Potter.

23/11

– Você não atende números desconhecidos?
– Também.

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