30/03

O pontuado que pela respiração se define é o que sobra do marasmo das horas ou dias turvos, do que se perde angustiado, recolhendo-se a pensamentos repetidos e viciados sobre males desnecessários.

Quando tudo é o que resta, o nada é que nos falta.

9/03

É necessário um quê de frondosa. Para virar o rosto acomodando-se pelo ombro em suave malícia, os embaralhados dos cabelos escorregando desde os olhos até o limite dos nossos; movimento e engenho, engrenagem de provocação. As pálpebras que semicerram, as maçãs que sobem o sorriso e o resultado que pode.

8/03

O necessário se dissipa no abraço de casulo, como que deixando a luz conjugar. Olhos nos olhos, nariz que resvala e chamego que arrasta; dois continentes para um todo formar.

Uma planície clara como a cegueira solar faz da calçada um fundo infinito, não fossem ranhuras persistentes do calçamento português entre ilhas de metal-bueiro. Nos brancos e pálidos quase absolutos ela cruza solitária, desafiando os graus do verão com a blusa vermelha no contraste ensaiado. É o diminuto diante das construções que sustentam a aridez; também imprescindível em seu ondular de quadril. E passa.

 

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