17/07

Pós-Graduação em Animação – PUC-Rio
História da Animação – Professor Marcos Magalhães
José Bessa Nogueira Filho

Em que pesem quaisquer aspectos do processo, animar é fundamentalmente um processo dicotômico, envolvendo a maximização da escala de tempo humana para decompor e reorganizar a realidade. Definir e entender essa atividade é a chave para desvendar um trabalho instigante como o de Oskar Fischinger, denominado – em alguns casos pejorativamente – “abstrato”.

Inicialmente um estudante de violino e teoria harmônica, Fischinger encontra, na apresentação de Light-Play Opus nº1 – um colorido filme abstrato de Walther Ruttmann, sonorizado ao vivo –, a paixão pelo cinema como o canal para suas habilidades gráficas e musicais. Se tal constatação não é suficientemente clara para enxergá-lo também como precursor do videografismo, vale o entendimento de seus primeiros filmes, nos anos 20, onde a busca pelo rompimento formal o leva ao trabalho com cera e múltiplas projeções.

Temporariamente imobilizado pelo tornozelo quebrado durante uma filmagem para Fritz Lang em 1929, e com a interrupção das produções de Ruttmann, Fischinger dá início à experimentação com formas básicas em quase duas dezenas de estudos a carvão, cuja dinâmica visual e a sincronização projetam-no internacionalmente. Mesmo com a ascensão Nazista e o conseqüente repúdio governamental às manifestações modernas, opta por contornar a limitação com a produção publicitária, desenvolvendo também, paralelamente, um segundo filme colorido, vencedor da Feira Mundial de Bruxelas, e responsável pelo convite para trabalhar nos EUA em 1936.

A temporada americana representa o conflito entre sua liberdade artística e as determinantes de mercado, as diretrizes econômicas e de marketing do que viria a ser a indústria do entretenimento. Mesmo em seguida, sob a tutela da Fundação Guggenheim, continua sem perspectiva para o trabalho autoral, tendo sua plenitudade comprometida até o falecimento.

O entendimento musical como um processo análogo à animação palpável – a orquestração e a divisão escalar dos intrumentos, sua programação e apresentação como protagonista –, é determinante para o desenvolvimento audiovisual contemporâneo. A potencialização dos processos sensoriais tem, em Oskar Fischinger, um manancial que ainda hoje pouco reverbera, apesar das possibilidades tecnológicas que levam alguns princípios temporais para o grande público, como os aparatos de comunicação pessoal – Internet, telefonia celular etc. – que possibilitam alcance e descentralização de forma inédita.

Assimilar Oskar Fischinger é estabelecer novas bases de alfabetização multimídia.

COMENTÁRIOS

digital *versatle* disk ?

Dudu - 19.07.04 - 11:24 am

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Não entendi porra nenhum, mas que foi legal ler foi… dava para perceber que provavelmente esse tal de Marcos Magalhães estava, na hora de escrever este artigo, fumando um “cigarinho do capeta”.

Paulo Cezar (bill) - 19.07.04 - 3:47 pm

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Vou tatuar esse comentário!

Em alguém.

BP - 17.07.07 - 12:37 pm

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