Como já aconteceu com o CV, com o Beira-Mar e com a Cidade do Rio, agora é a vez de atribuir ao PCC todo o crime nacional.

O resto é filiação partidária.

Evitando a fila para o elevador – e aproveitando para exercer alguma atividade –, subo os doze lances de escada, exausto. Valido a decisão ao constatar que o destino da maioria era, de fato, o mesmo pavimento. Passo novamente pelo grupo, em direção ao recuo da porta do escritório, para entreouvir das mulheres:

– …E foi direto para a escada.
– Ele acabou de passar por aqui.
– Ah, ele precisa perder peso mesmo.

Eu mereço.

E a antiga sede da Geotécnica, abandonada, mura suas portas antes que uma invasão ganhe corpo.

Se não ocuparam o Palácio Guanabara…

A policial entrega a dança.

– ‘tava em Botafogo quando percebi, na cobertura de um prédio bonito, uma chaminé de churrasqueira.
– Aiai…
– Se você reparar, vai encontrar em várias.
– Se o Empire State Building fosse no Brasil, aquela ponta não seria a antena.

O patrão:

– Fulana, como eu faço compras pela Internet?

Ela explica. Mais tarde:

– O Senhor conseguiu?
– Sim, acabei de comprar uma colheitadeira.

Ah.

Ao encontrar um casal depois de longa data, será sempre a mulher a confirmar a minha residência.

Ainda lamento pelo cachorro que sobrevive à desatenção da moradia em colapso.

Pobre Dólar.

Esse lamento pessoal, ainda que cíclico, vem garantindo aos poucos um exercício de pensamento, que, através da escrita, corrige e traduz um patamar profissional. O motor amacia, enquanto a vida melhora.