22/02

Depois de todo o sol carioca, adentro o WTC e tomo o elevador com dois portadores, conversando animadamente. Eis que o primeiro encosta junto à porta:

– Ih, caralho. Apertei uma porrada de botões.

Olho aquele painel de Chernobyl.

– Porra, vai dar pane nisso aí – diz o segundo.

Penso no calor de esfolar beduíno.

– Ih, carai – diz o primeiro, rindo.

Pensei em buscar a origem daquele riso – arrancando o ciso –, mas a preocupação com a temperatura era maior. Naquele ritmo lento, o elevador que mal anuncia seu movimento, o suor e Kenan e Kel ao lado… em algumas horas alguém encontraria aquela cápsula como uma Campbell’s sabor testículo.

– Parece que tinha câmera escondida no Gala Gay.
– Imagino onde.

21/02

– Gostou?
– Você nunca faz coisa ruim, né? Nunca poderei meter a boca num trabalho seu.

Minha vida é um filme brasileiro.

– Tem um aqui que pode interessar.
– Qual? Lado esquerdo?
– Direito.
– Pera, é um que tem umas seis portarias?
– Tem dez.
– …

20/02

Ps.: Não é montagem.

Parece distante – com a idade, principalmente – o dia em que me verei longe de quem apela para a mea culpa digestiva, elencando pratos, quantidades e prioridades ali ingeridas. Gente que não relaxa ao final da refeição, buscando a culpa e aborrecendo convivas.

19/02

Um ano do celular furtado e um aparelho antigo, emprestado, não comovem a TIM. Sempre que ouço da preferência das operadoras pelo plano empresarial, lembro da porca maneira como sempre fomos tratados – e compreendo. Enquanto isso, toda pessoa física obtém modelos novos, a qualquer momento.

O negócio é ser presidiário.

18/02

– Uma parada que me dá muito ar em carnaval, é que toda reportagem termina com “Então, dá uma sambadinha pra gente ver!”
– Aiai…
– Todo dia é a mesma coisa.
– Imagine com a Bienal de Livros: “Dá uma lida, aí!”

Globo.com, 18 de Fevereiro: Monarquias Árabes buscam reforçar a segurança no Salão do Armamento 2007

Virem os estandes pra fora.

17/02

E no Rocky 7, surge um grill.

Fernanda de Freitas.

Ah, pai.

16/02

© Cláudio Reston

15/02

– Sabe aquela livraria ao lado do antigo Espaço Unibanco, a Prefácio?
– Sei qual é.
– Nunca tinha ido além do balcão inicial, mas hoje eu vi um bar nos fundos, e outro – acho – num segundo andar. ‘taí um lugar interessante, daqueles que dá vontade de montar.
– Deve ser foda, ficar o dia entre livros e bebidas.
– Deve ser foda não consumir o próprio estoque.

Só de imaginar quem aproveita o almoço a quilo pra socializar com as colegas de serviço, aqueles chatos que ficam reparando no peso do prato de cada um, bem como os próprios atendentes – íntimos, você já pensa em um seriado.

14/02

– E aí, dormiu direito?
– Hoje, eu dormi!
– Que bom!
– Se eu anotasse os sonhos, daria para estagiar com o Alejandro Jodorowsky.

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