9/04

Ainda não encontrei um estudo a respeito da presença da bandeira norte-americana em todo filme estadunidense, mas gostaria de confirmar in verbis o que as imagens já entregam.

Adwaita – “o único” em bengali –, longevo exemplar das já duradouras tartarugas Aldabra, resolveu aposentar o casco aos estimados 250 anos; fato este que, levado à risca, daria ao quelônio a idade de Mozart.

Dois séculos e meio como tartaruga. É a Iluminação. E o tédio.

8/04

Ampliando a percepção, estimulando novas sensações.

Num artigo sobre passeadores de cães em bairros nobres de São Paulo, um deles comentava a reprimenda sofrida por andar de bermuda. Que coisa.

Recrimino aqueles aspectos onde o despojamento carioca toma ares de esculhambação profissional – não estamos todos na praia, compreende? –, mas também temo pelo rigor formal estipulando detalhes injustificados. Se o sujeito que anda com o cachorro não pode usar bermuda, quem poderá? Já basta ver a multidão suando a alma nos paletós em janeiro.

Difícil é alguém me encontrar de calça.

Huahuahuahuahuahuahuahua
huehuehuehuehuehuehuehue
heuheuheuheuheuheuheuheu
hahahahahahahahahahahaha
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
hehehehehehehehehehehehe
hihihihihihihihihihihihihihihihih
hohohohohohohohohohohoho
jajajajajajajajajajajajajajaja
dasdasdasdasdasdasdasdas
(risos)
rs

Ainda faço uma série animada onde cada personagem tem a sua risada.

7/04

É provável que você desconheça Bell Marques, mas já tenha ouvido falar de sua banda Chiclete com Banana. É natural que também não saiba de sua nova empreitada, na carona das crescentes parreiras que tomam o sul da Bahia:

“Vinho com vatapá é uma maravilha.”, diz o Renato Machato Machado ao degustar o Chicleteiro Gran Reserva Malbec 2003, um dos três lançamentos presenteados inclusive ao Bono. Um espumante já está a caminho.

O vinho pode até ser bom, mas esse nome… valha-me.

Por que a transmissão da Estação Espacial é tão ruim?

Trocaram um dos elevadores do WTC. Quer dizer, reformaram; quer dizer, renovaram alguma coisa, já que o nobre equipamento parou durante três meses para reabrir com uma singela e mal acabada troca de painel, cuja dimensão não escapa à relatividade: como o resto permanece, a cabine parece menor.

Com o JB em tablóide, o Caderno B assume o Pasquim.

6/04

Minha mãe resume bem o perfil de quem se presta a acumular e distribuir más notícias, na maioria irrelevantes. Não imagino seu elogio direcionado a algo que fuja do filho ou de algum parente próximo, para comentar aspectos positivos e dar esperança. Motivar, então, é impossível.

Reclama-se de tudo, todo o tempo e há anos, sem que se assuma ou dê conta; talvez um aspecto mais visível do egoísmo depressivo que nos faz acreditar em problemas exclusivos, como que plantados pelos deuses para atolar. E, se faz mal conter a sensação, que dirá compartilhá-la em tempo real, como que buscando eco? O ambiente flui, as paredes contém e a herança vem parcialmente, felizmente amainada pela nova geração. Esclarecer é preciso.

O drama é descobrirmo-nos comuns, com problemas reais. É o pesadelo do deprimido, entender-se possível.

Um casal conversa em inglês durante o almoço, e deixa o restaurante falando em português. Oxe. Parece que não é a primeira vez, veja bem.

Será que o curso inclui sobremesa?

Parafraseando o nobre Sergio Faria: foi-se o Carequinha, símbolo do contribuinte brasileiro.

5/04

Ainda me aflige esse texto entremeado por expressões estrangeiras nas crônicas de alguns blogs. Eles, que se dizem paródias, no fundo parecem idealizar seus objetos.

Aquele palco móvel dos Rolling Stones parecia um desses novos pontos de ônibus.

É bom quando a gente descobre um trabalho original, daqueles que estimulam sem abrir espaço para a inveja.

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