12/06

Vale o puxão de orelha da mestre cervejeira pelas fotos em que apresento o copo com bolhas – um sinal de sujeira.

– Você está aqui desde ontem?
– Minhas roupas são parecidas.

11/06

– Chega de violência!
– É isso aí! Bandido bom é bandido morto!

Aponto a pequena torta no Cafeína do Leblon:

– Quer que embrulhe?

Estranho a confiança no meu apetite, e confirmo. No caixa, percebendo a cobrança referente à fatia, alerto para o erro de interpretação, desencadeando o pavor da atendente que tenta recompor o todo, enquanto alternativas são oferecidas pela supervisora. Constatando a reposição, reafirmo o pedido, despreocupado com o confeito deflorado.

E a atendente respira aliviada, coitada, num sofrimento – e lágrimas, várias – que alertam para a linha tênue do emprego muitas vezes fora de nossa percepção cotidiana. E aquela voz nordestina, preocupada, agradecida pela inesperada condescendência, faz-me um benfeitor às avessas. Imagine se eu digo do aniversário naquele dia – o bolo é por acaso.

10/06

No restaurante vazio, a mesa próxima entrega os projetos alheios e as grandes mudanças de vida, resumidas na sentença: “Eu não agüentaria mais cinco anos fazendo isso. Imagine, eu com 34!”

Aí, doeu.

9/06

Ah, boa.

– Hoje é aniversário da Carol.
– Vai rolar chope?
– Não tô sabendo, mas deve. Eu nunca vou, mesmo.
– Tsc tsc tsc a consideração passou longe.
– Não sei o que fazer no próprio, quanto mais no alheio. E agora eu deixo uma pausa dramática, para ver se você lembra do meu sem uma cola de Orkut.
– Hahahahahaha lembro que é em Julho, entre 12 e 20.
– É, passou raspando.
– 13, talvez.
– Uma vidente, quase!
– Quando é?
– Amanhã.
– Mentira, é em Julho.
– É, eu me enganei, perdoe! Meus pais, aqueles putos da adoção!
– HAHAHAHA não é amanhã, tem alguma coisa a ver com o número 3.
– 3×3.
– 13, 23… não é nove de Junho.
– 3×3 do 2×3.
– Não é.
– Virei um paradigma da desimportância, então.
– Você tá querendo me enganar.
– Com essa eu peço o chapéu.
– Nhé.

Cruzando a expectativa de vida da Suazilândia, eis-me. Aí, Jesus, passei.

Se a frase é previsível e dispensável, aos fatos: eu, que há alguns anos destilo reflexões depressivas por aqui, ainda não entendo o caminho, e o deixo. Comercialmente ralo e experimentalmente engessado, reclamo dos ecos do passado, temendo algum novo sintoma: assim, falta só o Acústico.

Mas o pensamento prevalece crítico e apto à gerência de quaisquer momentos. Vale o que está escrito e revisado – afinal, eu tenho redigido melhor, acho.

E a casa nova que virá, o eventual mestrado, professorado e o que mais aguardar – tudo isso continuará o tempo, como tem sido. O desenrolar da exposição do pensamento o fará ser: hora que melhora.

Grato.

8/06

Muitas cores e nenhum gosto. Esses japoneses estão loucos.

Enquanto o desfile da TNG se encerra no GNT – que combinação de siglas! –, entre as modelos reunidas, um corpo se revela surpreendente, curvilíneo:

– Pô, gostosa.

Eis a Natália Guimarães, afinal. Ah, as mineiras.

7/06

Em Portugal, a PROFRUTOS – Cooperativa de Produtores de Frutas, Produtos Hortícolas e Florícolas de São Miguel – atende no Largo da Cerveja S/N.

Isso não é logradouro, é promessa.

Visitando um imóvel, a proprietária:

– Eu te conheço?
– Haroldinho é o outro.

6/06
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