15/03

Ainda não responde em bom número o porcentual ciente das particularidades urbanísticas desta cidade de São Sebastião, cujo perfil, provavelmente único dentre as de seu porte, ajuda severamente a contextualizar o caos atravessado nos últimos anos. A natureza dos maciços por onde a teia urbana escorre, por exemplo, proporciona junto à falência do estado uma gestação profícua das comunidades carentes contíguas aos bairros oficiais, estabelecendo dezenas, centenas de pequenas periferias pela cidade; expõe-se aí um retrato democrático do que provocamos. E o que mais? Quando o poder público ignora o surgimento ou uma posterior adequação, dando ao descaso, quando muito, um viés politiqueiro, abrem-se frentes de violência explícita não só para os co-habitantes, como para o mundo oficial, onde o CEP alcança. Se uma cidade que já atravessa uma reavaliação de identidade com as perdas administrativas ainda enfrenta, à partir dos anos 80, pela fome do eleitorado contido, uma demagogia gerencial potencializada pelas irascíveis políticas econômicas, o resultado chega a ser previsível. Mas não foi, e agora é óbvio.

Não transformemos o fato em fardo. É pensar, agir e vigiar. Leva alguns anos, como qualquer processo, mas pode ser feito.

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