Eis que o assunto foge da irrelevância cotidiana em páginas e bocas, apontando para a tragédia urbana prenunciada, que parece surpreender outra vez pelo patamar. E o foco, nesse meu entender distante e burguês, passa invariavelmente ao largo da percepção real, ecoando um discurso vingativo dos grandes veÃculos. Não é por aÃ.
Se há um necessário ajuste penal, revendo progressões e maioridade, cabe, antes, estruturar instituições apolÃticas, unificadas, cientÃficas e capazes de formar agentes policiais, ao contrário dos cangaceiros que passeiam com o nome e o tipo sangüÃneo em suas fardas. Entra aà a remuneração equivalente, bem como estruturas que permitam a todos – incluindo o apenado, possivelmente em unidades fabris – o correto exercÃcio de seus deveres em um sistema de segurança pública. O ciclo de violência oficiosa, sob a ótica do talião, não foge da tradicional ditadura imposta à s camadas pobres – que encerra em si, desde sempre, a pena de morte. Barbárie, também.
E a questão social vem ao lado, sem assistencialismo. Não é pela erradicação da pobreza, essencialmente, mas da miséria. Qualquer discussão sobre a origem da violência vem depois. É a educação e o acesso, a noção de respeito e dignidade.
Não será o abastado com a varanda coberta em protesto; as camisas brancas e pretas; os tolos filósofos etÃlicos da zona sul; os colunistas chiliquentos e nem eu: Seremos todos – individualmente –, comportando-se para replicar e definir civilidade.
Ps.: Será que os nobres torcedores que foram ao Maracanã prestar homenagem ao João Hélio Fernandes resolveram não depredar o Estádio dessa vez?