A mulher-hipérbole é um exagero necessário não pela necessidade em si, a fome de linguagem.
É pelo movimento, o tempo e seus preenchimentos. São ondas e não pretéritos distantes.
Ao invés dos rasos, somente aqueles constantes.
31/08
A mulher-hipérbole é um exagero necessário não pela necessidade em si, a fome de linguagem. É pelo movimento, o tempo e seus preenchimentos. São ondas e não pretéritos distantes. Ao invés dos rasos, somente aqueles constantes.
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21/08
A mulher de porcelana veste cinza para a ginástica. Uma camiseta rosa acompanha. A mulher de porcelana pouco sugere em movimentos, posto que se basta em delicados lábios, nariz e traços. Seu louro, como convém, escorre em rabo de cavalo como um adorno cerimonial. A mulher de porcelana tem olhar determinado, às vezes contido, provocantemente discreto. Mas ela sorri, deixa entrever o belo. E seu entorno ecoa como os respingos da pedra no lago.
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23/05
Haveria de ser a palidez, o diminuto corpo ou o súbito desinteresse em resposta. Haveria também o cinza do sutiã, as rosas tatuadas do peito ao braço; os panos cinturados, os tons pálidos, os fios do rosto; predicados. Moça de pouco espaço costurando interesses, expandindo abraços.
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23/04
O semblante sugere o norte Europeu, quase russo para o ignorante sonhador; os olhos em raspas verdes encimam tons escuros como a aurora, de todo modo acompanhados pelo suave bronze do rosto que aufere predicados do observador.
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19/04
Para saber sorrir é necessário conjunto. Tanto mais que a boca, é importante repercutir pelo rosto o movimento, como a pedra n’água. Os olhos em apoio fundamental. Bochechas, a testa; cooperação.
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Lápis nos olhos, horizonte no hemisfério dos desejos. Cintura da vista; orientação. Tudo em dimensão diminuta como convém aos pensamentos.
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Moça do gerúndio
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15/04
O breu diz pouco dela na fila do caixa. Diminuta como o próprio olhar, há inquietude revirando-se em pique-esconde para varrer o ambiente como um farol. Maré, ansiedade e mansidão no rastro-guia.
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3/04
O desengonçado da moça esguia corrige o previsÃvel; parece vela de barco miúdo que dança para prover equilÃbrio. O vento empurra e dá apoio; ela, abrigo. A história é trauma, drama; trama. É mantra.
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8/03
A história como um conto de haveres: Daquilo que havia ao tempo dos prazeres.
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6/03
Cachos de um moreno quase preto escorrem em parabolóides ao redor do pescoço, densos e volumosos em misteriosos brilhos aninhados pelo marrom da pele. Por entre panos e ribanceiras, ora tensionados, entremeiam-se junto a nuances do colo e dobras de saboneteira.
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4/03
Nuas as costas, o trapézio e os ralos pelos do que descreve desde cintura à linha do lóbulo. Paredão, escalada, vale de poros expostos ao Sol das coisas. O que há, senão o corpo, e tão somente e bastante, é o que o olho desbasta a cada novo instante.
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